Admirei Walmor Chagas pela
coragem de dar um tiro nos “cornos”. Esperar que a morte finalmente “venha”,
enquanto idoso, é algo triste e deprimente. Antes dar fim a “ela”, (vida), do
que esperar que “ela” (morte) venha lhe dar alivio. Viver até os cem anos,
tendo que suportar a humilhação de não poder limpar a própria bunda após ter
tido dificuldades para defecar é, impensável. Ter de esperar que alguém lhe de
banho, lhe prepare a “ração” e ponha na tua boca, lhe bata, grite e lhe diga
impropérios. Não! Ser “depositado” em um asilo de velhos, pelos próprios
filhos, que alegam não ter tempo de cuidar dos Pais. Receber uma dose de
medicamento, diário, através de uma injeção na veia, para mantê-lo dopado
durante vinte quatro horas, prescrito por um medico (psiquiatra, geriatra,
clinico geral) desalmado qualquer, aplicada por uma “cuidadora” que, justifica
este ato desumano, alegando precisar do dinheiro, pago pelos familiares do
idoso. Receber visitas anuais, de pessoas estranhas que tentam substituir a
falta de carinho, amor e compreensão dos familiares e, esperar que algo
melhore. Nada disso! Antes uma morte
digna. Ser idoso (velho) neste país (em qualquer país) é indesejável. Espero
ter forças e discernimento para agir como agiu Walmor. Foi seu ultimo desejo
“nesta vida”. Parabéns para ele. Ele conseguiu.
Arroyo - 20/01/2013