sexta-feira, agosto 19, 2011

Amigo da Onça! Lembra dele?



Estava ele, com o amigo, Elvis*, sentado em um bar na ilha de Itaparica, bebendo cerveja e chalaceando, galhofando, enfim, parolando e rindo das aventuras de cada um.
A esposa de Elvis, com cara “amarrada”, sinalizava, a cada segundo o descontentamento com aquela situação. Sem poder abrir a boca, uma única vez sequer, durante horas, estava prestes a gritar, calem seus F. D. Ps. (pode imaginar uma mulher ficar horas de boca fechada, sem nem rumorejar?)
De repente Elvis levanta-se e diz:
Amigo, você é um magnífico estalajadeiro, a conversa esta maravilhosa, mas meu tempo é exíguo, tenho que ir, “meu” ferry sai às 14 horas, já são 13 horas.
O que? Pergunta o protagonista desta historia. (trocista inato)
“Nada disso. Me da aqui essa passagem, afinal sou diretor do BNB, tenho poder, muita influencia, resolvo isso agora.”
Pegou a passagem da mão de Elvis e escreveu no verso; “Autorizado para sair às 17h30min.” Neste momento pensou; “espero que ele perceba que isto é uma brincadeira.”
Elvis recolhe a passagem, lê, boquiaberto, as palavras escritas no verso, agradece e pensa; “Esse é o cara.”
Deram prossecução no bate papo, nessa altura dos acontecimentos, a esposa só pensava em como “esganar” aquele “amigo”. (continuava calada, que tortura)
Às 17 horas. Elvis levanta-se, irredutível, e diz;
“Querida, pegue o carro que vamos embora, você dirige.”
Ela, esboçando em sua face sinais de alivio por ver chegar o fim daquele encontro, ainda em estado de irresolução, resumiu, todo desejo e vontade que tinha de abrir a boca para falar, seja lá o que fosse, em um simples; “Sim, querido.”
Ao chegarem perto do terminal do Ferry boat, perceberam que, como sempre, havia uma fila gastronômica, uma balburdia total, azáfama e algazarra. Ela pergunta; “ficaremos aqui no fim da fila?”
Elvis, mostrando total satisfação em ter um amigo, diretor do BNB, responde;
Não! Vamos direto para entrada.
Ao chegarem à entrada, Elvis apressa-se em entregar a passagem ao controlador.
Controlador: “Amigo, esta passagem já era, foi às 14 horas.”
Elvis; “Veja no verso, meu amigo diretor do BNB, autorizou.”
O Controlador, com duvidas, percebeu que aquilo tudo tinha procedência ambígua. Perguntou; "Quem?"
Elvis, com ar impenitente e voz esfuziante, responde; "Dr. Fulano, meu amigo, diretor do BNB!"
Controlador; "Espera, vou ver." Saiu, voltou e disse; “Por favor, vá para o fim da fila, não sabemos quem é esse diretor.”
A esposa grita; “PERFÍDIA.” Em seguida balbucia; “quero matar você.”
Na verdade quer matar o amigo, o diretor do BNB (que já não é mais diretor da instituição referida). Ela espera, ainda hoje, para encontrá-lo, em qualquer lugar da Ilha de Itaparica, da Bahia, do Brasil ou do mundo, apenas para, digamos, enforcá-lo.
E o amigo que ficou na ilha?
Bem! Esse “amigo da onça”, quando comenta sobre o episódio, ri as gargalhadas, imaginando como foi à noite de Elvis, tendo que suportar a esposa ululando a noite toda, e que só conseguiu sair da ilha no ferry das 3 horas da madrugada.

Historia verídica! (contada aos risos por um amigo, o protagonista, durante caminhada matinal, em uma praça no centro da cidade do Salvador, Bahia)
* nome fictício











Antony Arroyo

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